A disfagia também afeta a capacidade de engolir medicamentos sólidos com segurança, podendo levar a desfechos graves, como a asfixia.
Por esse motivo, nessa situação devemos pensar em formas alternativas de administração de comprimidos que podem incluir:
- Via alternativa (comprimidos dispersíveis na língua, sublingual, transdérmico, bucal, intranasal, parental, retal)
- Desprescrição ( a suspensão da medicação em questão, quando possível)
- Mudança para formulação oral líquida
No entanto, a consistência de alguns medicamentos líquidos, ou dissolvidos em água ofertados por via oral também pode não ser segura para pacientes com disfagia.
E agora? Podemos sempre recorrer a medicação líquida espessada?
Existem estudos que avaliaram a liberação e dissolução de comprimidos triturados de amlodipina, atenolol, carbamazepina e varfarina dissolvidos em água quando misturados com um agente espessante comercial, e descobriram que os fluidos espessos têm o potencial de retardar a dissolução do medicamento (biodisponibilidade).
Sendo assim, se considerarmos o benefício x risco em utilizar espessantes comerciais para modificar consistência do líquido quando associados à medicações, tende a desencorajar o uso, pois “retarda” o efeito da medicação, impactando no gerenciamento de sintomas ou mesmo pode levar ao agravamento da condição de saúde da pessoa.
Considerando como base a pesquisa limitada disponível e sem padrões da indústria nacional, é aceitável utilizar um método que não seja por via de administração oral ou evitar espessamento de medicamentos líquidos.
Leia Mais:
Cichero JAY. Thickening agents used for dysphagia management: Effect on bioavailability of water, medication and feelings of satiety. Nutrition Journal. 2013;12(54):1-8. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3660277/pdf/1475-2891-12-54